O Fórum Econômico Mundial, também conhecido como FEM, é uma organização mundial que todos os anos, seus representantes se reúnem em Davos, na Suíça. Entre 20 e 24 de janeiro de 2020, Paulo Guedes representou o Brasil no evento pela segunda vez.
Hoje, viemos fazer uma análise sobre a participação do Ministro da Economia brasileira.
Paulo Guedes versus o déficit brasileiro
Um dos assuntos mais comentados pelo economista, dentro e fora do Brasil, é o déficit fiscal brasileiro. Antes mesmo de assumir o cargo, Paulo Guedes já citava a dívida como um empecilho para o crescimento nacional.
Embora seja normal países grandes possuírem déficits, o do Brasil em 2017 era de R$ 124 milhões. Mesmo dentro da meta estipulada pelo Congresso, o valor ainda foi muito alto. No ano seguinte, R$ 120 milhões.
O déficit fiscal de 2019 foi, estava previsto para R$ 139 milhões, mas deve chegar a R$ 80 milhões, o que demonstra uma melhora nas contas públicas.
O resultado vem de uma política de austeridade severa do governo brasileiro, que tem poupado gastos. E foi essa a bandeira que Paulo Guedes defendeu várias vezes durante o evento, deixando clara sua intenção de continuar reduzindo o déficit, insistindo em contingenciamentos como os da educação.
Burocracia, taxa de juros, inflação e impostos: os cavaleiros do apocalipse de Guedes
Após condenar os resultados negativos das contas públicas, o Ministro da Economia seguiu para outros assuntos.
Ao falar da burocracia que impede movimentações mais rápidas, a taxa de juros elevada (que diminui investimentos no comércio), a alta inflação e os impostos inchados, Paulo Guedes comparou o Brasil com uma baleia.
“Eu comparo à uma baleia gigante. É uma economia continental, com recursos naturais, com tudo. E então você enfia um arpão com burocracia, taxa de juros alta, hiperinflação e impostos absurdos. Uma hora, você mata a baleia.” – Paulo Guedes, Ministro da Economia
Logo depois, o ministro sinalizou para possíveis investidores. Conversou com CEOs de empresas internacionais, que falaram com otimismo sobre futuros acordos com o Brasil.
Segundo participantes do Fórum Econômico Mundial, as reformas (da previdência, que diminuiu gastos com aposentadoria aumentando o tempo de trabalho, tributária, que pretende diminuir impostos, e administrativa, que visa cortar gastos com servidores públicos) foram a fonte de animação estrangeira.
Mas nem todas as baleias nadam bem
As notícias, até este ponto, são positivas para a economia brasileira.
Por outro lado, críticas também foram ouvidas pela delegação do ministro. Líderes mundiais, jornalistas internacionais e investidores estão muito preocupados com um assunto no Brasil: a falta de comprometimento com o meio ambiente.
Atualmente, poucos são os países que não possuem políticas públicas voltadas para a preservação da natureza. Diante disso, o Brasil não fica de fora das cobranças.
Foram muitas perguntas sobre o comportamento do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, quanto ao meio ambiente. Da mesma forma, o Ministro da Economia foi cobrado sobre planos para a manutenção e maior preservação ambiental em seu país.
Assim sendo, Guedes respondeu que “a pobreza é a maior inimiga do meio ambiente”. Posteriormente, adicionou que “as pessoas destroem (a natureza) porque precisam comer”, afirmando que, ao melhorar a economia, a parte ambiental viria como um bônus.
Saldo positivo no Fórum Econômico Mundial, mas com preocupações futuras
Em suma, o saldo da participação brasileira em Davos foi positivo. Eventualmente, a confiança nas instituições brasileiras parece estar mais elevada. Consequentemente, investidores vêem no Brasil um solo cada vez mais fértil para projetar investimentos.
Por outro lado, a preocupação com a questão ambiental foi mais que um comentário corriqueiro.
A princípio, muitos investidores se mostraram descontentes com a falta de resoluções para os problemas enfrentados pelo Brasil, como desmatamento, queimadas, garimpo ilegal, falta de dados científicos, situação de óleo em praias, entre outros.
Diante disso, é importante seguir os próximos passos dos investidores estrangeiros, e torcer para que a poluição do mar não impeça as baleias, negociadas e prometidas na Suíça por Paulo Guedes, de entrarem no país.
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